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terça-feira, 28 de agosto de 2012

Diga.

   Naquelas duas semanas você conseguiu me calar diversas vezes. Simplesmente tirou as palavras da minha boca, domou-as e jogou-as ao vento. Talvez não quisesse ouví-las. Talvez não precisasse. Mas lembro que enquanto descíamos as escadas, você pegou na minha mão e disse. Disse sem dizer. E disse as palavras mais belas do mundo. Meu coração - tão cheio de mágoas e tão fragilizado - encheu-se daquilo que chamamos de felicidade momentânea. E então seus lábios conversaram com os meus por alguns minutos, parei de respirar, perdi o equilíbrio e toda a noção do mundo ao meu redor.
   Por que você nunca disse nada?
   Eu não sei, mas as vezes sinto que você prefere conversar comigo em silêncio. Quando diz, não diz. As palavras saem vazias dos seus lábios e sei disso porque seus olhos dizem outra coisa. Sempre.
   Tem dias que eu sinceramente detesto o seu silêncio e o fato de não saber o porquê das suas ações. Sinceramente duvido que mais alguém no mundo tente interpretar o seu jeito. O seu modo. Tente entender porque você é tão complexo e tão pouco previsível. Tente entender o que se passa aí, dentro de você. Já que você nunca diz.
  
   Mas por favor, diga. Eu gosto de você e você sabe. Eu já disse. Eu digo isso todos os dias. Já disse implícita e explicitamente. Mas de você já não sei mais. Então por favor, diga.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Eu sinto sua falta.

   Foi um gostar. Nos beijamos e eu perdi o fôlego por alguns instantes. Ok, foram horas, dias e duas semanas. Exatas. Eu estava precisando de um pouco de carinho, atenção e cafajestagem e você me deu exatamente a porção que eu precisava. Foi um gostar. Eu gostei de você. Te liguei, mandei mensagens e corri atrás no fim de semana. Eu queria mais. Eu viciei, não sei. Não entendo. Mas eu te quis muito. Eu quis os nossos beijos atrás do velho cinema da cidade, e os na estação de metrô. Era para durar um dia, apenas. Dois no máximo.
   Mas durou mais.
   As benditas músicas de Jazz começaram a me lembrar você. E no banho, na frente do espelho ou antes de dormir eu criava scripts na cabeça. E imaginava mil e uma possibilidades de dar certo. E eu acreditava que estava intuitiva quanto a nós,"Dessa vez será diferente. Seremos a exceção." eu pensava. A gente sempre pensa. E eu pensei e acreditei. Comecei a agir e demonstrar os primeiros sintomas do verdadeiro gostar. 
   Eu tinha ciúmes. Eu passei a acreditar em sinais. Eu queria estar o tempo todo ao lado. Me disponibilizei totalmente sem medo de uma possível rejeição. E foi o meu erro.
   
   Estávamos sentados naquele banco enquanto você cantava Chuva de Novembro do Projota. Tudo parecia perfeito e de fato era. Por um instante eu senti a felicidade maior do mundo. E me enchi daquilo que as pessoas costumam chamar de ilusão. Ou sensação momentânea de felicidade. Nada importava além de nós dois.

     Eu sinto sua falta.
   "E essa estranha dor é mais do que saudade. É como a necessidade de poder ter a certeza de que não era verdade o que você disse no telefone."