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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Meio-dia. (Parte I)





   Meio-dia. Era meu horário de almoço, mas eu estava sem um pingo de fome. Havia tomado muito café para exterminar o sono, e de bônus, acabei exterminando a fome também... Não sei como. O dia estava estressante, o Sr. Watts não parava de me cobrar relatórios e de exigir documentos que ele havia perdido. Para completar a nova auxiliar de serviços gerais, Dona Clau, não parava um segundo de cantar as baladas dos anos 80 que não soavam nem um pouco agradáveis naquele ambiente estressante de trabalho. Sem contar ainda que, na noite anterior, não pude dormir nem sequer uma hora devido ao barulho do vizinho bêbado brigando com a esposa do apartamento da frente. Um caos total. Minha mente estava completamente sufocada e era como se eu estivesse sendo torturada brutalmente. Sim, brutalmente. As coisas mais brutais são aquelas que não te tocam, essas sim machucam.
    Metáforas à parte, e voltando para meu almoço - trégua ao caos - eu pude relaxar um pouco. Fazia um pouco de frio e a praça Roosevelt estava um um tanto vazia - um presentinho da vida em troca da manhã estressante - sem crianças correndo e sem pombas enchendo meu saco. Apenas eu, meia duzia de pessoas transitando pra lá e pra cá e claro, a brisa me fazendo companhia. Caminhei até umas pedras em que as pessoas costumam sentar e abri o The New York Record, eu adorava ler os jornais e criticar as manchetes.  Acho que alguns jornais deixaram de ser imparciais e de apenas transmitir informação, e passaram a ter opiniões implícitas dos jornalistas na manchete - um erro gravíssimo - que as pessoas liam, e devido ao dom excelentíssimo de argumentação expresso ali, acabavam concordando com o que haviam lido, num ato "inocente" de que a notícia era cem porcento imparcial e cem porcento informativa. Blá, blá, blá: "Ele matou brutalmente; num ato de extremo impulso; sem medir consequências (...)" sem contar nos aumentativos ridículos para enfatizar ações políticas, como se elas fossem magníficas e como se os representantes não tivessem a obrigação de promovê-las. Enfim...
    Enquanto pensava alto, senti um peso contra as minhas costas, alguém se escorando em mim. Dei uma olhada de canto, por um segundo pensei que fosse uma criança e praguejei a suposição, mas o corpo era muito mais pesado, e foi me virando de fato que percebi que era um homem... Apoiando-se em mim!
— Ahhh, você não acha horríveis essas manchetes de jornais? O fato como os jornalistas usam opiniões implícitas pra manipular os leitores?

(...)

Continua.

domingo, 13 de janeiro de 2013

Você PRECISA conhecer a Lamis!

    Moda, moda, moda... Esta aí um assunto que está presente diariamente e a todo instante na vida de uma mulher. Outras mais, outras menos, a mulher hoje tem grande preocupação com o que veste, e se o que veste é agradável tanto a ela, quanto aos olhares que recebe.
   E um dia, por acaso, enquanto andava pela Marechal Deodoro (centro comercial daqui de São Bernardo do Campo) que encontrei a Lamis, uma fast-fashion, eu poderia dizer. 
   "É claro, Camilla, todas as lojas possuem roupas bonitas e que são tendência...", porém a Lamis não só apresenta roupas que estão em alta na moda, mas também oferece um preço super - mas super meeeesmo - acessível. Já cheguei a levar 100 reais pra loja (Ah, o chato é que eles só aceitam pagamento em dinheiro, tá? :/) e levar cinco peças. Isso mesmo! E não peças simples, mas sim saias, vestidos, camisas, shorts... Acreditem!
    Ah! Não mostrei a loja antes pois achava que ela só existia aqui em São Bernardo, mas descobri -  besbilhiotando o site da loja - que ela possui outras franquias como em Santo André, Santo Amaro e em outras cidades também, só conferir lá no site.
    E, claro, eu não podia deixar de postar minha wishlist da coleção mais recente da loja...


É isso aí. Não percam tempo! Visitem uma loja, não vão se arrepender ;D Bjos!

sábado, 12 de janeiro de 2013

Tanlup: Um shopping virtual.

    Com o avanço tecnológico muitas coisas melhoraram: a comunicação, os negócios e claro, as compras. A internet nos proporciona coisas incríveis, e atualmente, vem tornando-se uma das formas mais confortáveis e rápidas de compra que existe.
    Navegando pela internet - como sempre - achei um shopping virtual. Isso mesmo! Um site que disponibiliza uma rede de lojas que vendem diversas coisas, desde moda até miscelânias. A Tanlup! Então resolvi fazer uma pequena wishlist das coisas que quero - e espero - comprar. Rs!


   Mas não basta só desejar enlouquecidamente todas essas coisas. Primeiro, precisamos averiguar se a loja é de confiança, já que a Tanlup é como se fosse apenas uma plataforma para hospedagem das lojas, não se responsabilizando pela chegada ou não do produto. Portanto antes de realizar todos os seus sonhos de consumo, tome cuidado pra não acabar perdendo dinheiro! :D
   E você? Já conhece a Tanlup? Já comprou em alguma loja? Conta aí ou manda sua wishlist *-*

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

7 músicas que você não vai esquecer (ou vai relembrar)!


1. The Watts 103rd St. Rhythm Band - Express Yourself



2. Etta James/ Harvey Fuqua - If I Can't Have You



3. Kool & The Gang - Hollywood Swinging



4. Tom jones - Kiss




5. Tom Jones - Sex bomb


6. James Brown - Get On Up



7. Lynyrd Skynyrd - Sweet Home Alabama



É do tempo da sua avó, mas aposto que você vai gostar! ;D

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Happiness.




Felicidade foi conhecê-la pela primeira vez.

   Ela pediu para que eu me sentasse na poltrona e perguntou se eu queria tomar alguma coisa. Respondi que não tanto por educação, quanto porque não queria incomodar. Sua contentação por me conhecer era explícita e ela sorria o tempo inteiro. A conversa fluiu naturalmente. Logo contei à ela sobre meus pais, meu trabalho e meus interesses pessoais. Partilhamos algumas experiências vividas e ela mostrou-me algumas fotos das viagens que fez e dos lugares em que morou. Não foram muitos. Dois na verdade. Mostrou-me também fotos de sua adolescência, "Eu era como vocês..." dizia. E logo percebi que os traços da idade não haviam tomado seu rosto por completo. Ela ainda parecia jovem e era muito bonita: seus cabelos castanho-claros com algumas luzes louras ressaltavam o brilho de seus olhos igualmente castanhos. Vestia uma blusa de lã verde-lodo e calça jeans. Estava simples e bonita e então dei a ideia de que tirasse uma foto e colocasse como plano de fundo de seu celular que havia comprado poucos meses atrás. Depois levantou-se e foi até a cozinha.. "Vou preparar algo pra vocês comerem!" e em pouco tempo a mesa estava repleta de pães, bolos e outras coisas mais.
    Não era a mais simpática, a mais bonita, a mais rica ou a mais popular. Não estava sempre de bom humor e não concordava com tudo. Muitas vezes precisávamos ajudá-la a segurar a barra porque as coisas não estavam fáceis. Porém, de uma coisa estou certa, ela foi a melhor, ainda que com suas imperfeições. Felicidade era tê-la ali... E eu sinto muito a sua falta.

Isso porque eu nunca a conheci.



Para alguém muito especial. :')

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Mar de pipas.



   Subi a Rua das Laranjeiras apressada. O clima no trabalho estava péssimo porque faltavam dois dias apenas para o fechamento da revista. Eu era uma redatora muito preguiçosa e havia deixado para escrever minha coluna no domingo à noite, para aproveitar a praia no resto do fim de semana. Daí que o tema "Molecagens" apresentado na quarta, logo tão cheio de ideias nostálgicas, me era completamente vago e sem inspirações quando me sentei na escrivaninha e abri o editor de texto. Escrevi qualquer porcaria e fui dormir - na hora não parecia porcaria e me soou bastante interessante-. Não sei se você sabe, mas quando se escreve pra uma revista, na qual você é responsável por uma coluna de público geral, não deve escrever algo comum, mas algo que as pessoas leiam e reflitam sobre. Que realmente se sintam parte do texto, e não que as façam virar a página e pular para a seção do horóscopo.

   Meu chefe explodiu quando leu "Que droga é essa, Camilla?!" eu me espantei, porque até então não havia me dado conta do que havia escrito. Ele jogou os papeis sobre a mesa, e tentou não parecer extremamente aborrecido, pediu para que eu lesse tudo na sua frente. Li. E realmente, estava horrível. Não tive nem coragem de pedir à ele mais um dia, pois sabia que era minha obrigação escrever algo que prestasse até amanhã de manhã, algo que ele não demorasse nem trinta minutos para revisar e editar.

   Novamente, mais um dia estressante. No trabalho as coisas estavam corridas e eu não consegui escrever três linhas o dia inteiro. Ajudei uns colegas com algumas ideias e, enquanto eu dava mil e uma dicas para outros assuntos aleatórios, o meu ficava encostado na parede, debaixo de um relógio que parecia cada vez mais me apressar.

   Subi a rua cansada. O Sol estava escaldante, e eu precisava muito de um banho gelado para relaxar. Então reparei em uma porção de meninos com uma latinha vazia de farinha láctea, ou algo parecido, enrolada por um montão de linha, debaixo daquele Sol, pingando de suor, sem camisa e brigando um com o outro por espaço. Os carros que atravessavam a rua buzinavam, e os motoristas praguejavam os meninos por estarem tomando a passagem. Me sentei um instante na calçada, e fiquei a os observar. Corriam pra lá e pra cá, sempre com os olhos fixos no céu. Qual seria o entreternimento de ficar horas olhando um pedaço de papel voando pra lá e pra cá? Também olhei. E lá estavam umas dez, quinze, vinte pipas! E não vinham só da minha rua, mas de outras vizinhas também!

    De repente aquilo não era mais o céu, e os papéis deixaram de ser meros... Papéis. Vi um espaço repleto de pontos coloridos, nos quais todos brincavam um com outro, no qual nadavam e se comunicavam por gestos. Nos quais a infância era simples e divertida, como um soltar de pipas ou um brincar nas águas de um mar. E as cores comungavam com as nuvens, que pareciam ondas levando-as pra lá e pra cá, dando vida aos desenhos que se formavam. Como se fizessem um plano de fundo para o Sol e isso chamasse a atenção dos meninos. Eles corriam pra lá e para cá, em busca de uma posição para que uma pipa ficasse adjacente a outra. Era lindo! E aos poucos, as cores iam esfriando, juntamente com o céu que escurecia com a despedida do Sol. As pipas sumiam e aos poucos os meninos desconectavam-se daquele "sobremundo" e voltavam para suas casas. Quando percebi, já havia se passado uma hora e qualquer tipo de calor ou sensação térmica havia sido desfocada enquanto eu observava o céu. Levantei-me da calçada e entrei para a casa, maravilhada com as coisas que havia descoberto poucos minutos atrás. As coisas simples e magníficas da vida.


O céu azul, um montão de pontos coloridos, as nuvens são ondas e por mais estranho que pareça, vejo um mar de pipas.



"Mar de Pipas" SOUSA, Camilla. Revista 'O assunto', Ed. 156, 15 de Dezembro de 2012.