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terça-feira, 2 de outubro de 2012

Não, eu não estou apaixonada pelo Ed.


   Ed nunca teve o mundo próximo de suas mãos, as coisas sempre temiam serem mais difíceis e mais impossíveis. Pra ele.
   Um dia, eu estava pegando o ônibus como de costume, e o percebi sentado no fundo, com um par de fones de ouvido cravados nele, como se a última coisa que ele desejasse ouvir fosse o barulho, senão da sua playlist.
   Eu, que não sou abobada nem nada, me aproximei. Ele era bonito e eu quis por um instante puxar uma conversa com ele. Mas tive medo de tirá-lo do seu “mundo” e acabar me dando mal. Mesmo.
   Queria contar a ele o quanto sei sobre sua vida, sua personalidade, seus sonhos e o quanto ele luta para realizá-los. Queria poder dizer o quanto é injusto vê-lo naquela multidão e não poder correr para abraçá-lo, arrancar-lhe suspirou ou ter por ele um beijo roubado. Que eu escrevi três canções nas quais tem mais ele que algumas notas. E que a música Dias Atrás do CPM 22 é colocada propositalmente por mim no celular, quando quero lembrar dele.

   Não, eu não estou apaixonada pelo Ed.

   Mas eu gosto muito dele.

   Gosto do seu boné da New York, do seu All Star surrado e velho sempre com os cadarços desamarrados, gosto do seus olhos castanhos escuros e do cheiro do seu moletom. Da cara que ele faz quando não entende algo, do seu gênio forte e da sua voz afeminada. Até disso eu gosto. E gosto pra valer.

   É uma pena que ele não tenha a mesma admiração por mim.

   E não cogite, nem por uma vez, lá de cima, olhar nos meus olhos e dizer melodicamente todas aquelas palavras mágicas que ninguém entende além de quem as pronuncia e para quem elas foram ditas.



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