Esses dias peguei-me pensando
em como cresci. Em como as coisas mudaram e como sou diferente agora. Lembrei-me
vagamente de minha infância, e como tudo nela era novo, divertido e inocente. Até
mesmo as menores coisas. Hoje tudo é
diferente.
Sempre pedia para lavar a
louça. Minha mãe dizia: “Não, você irá quebrar os pratos, é muito jovem para
isso.” Hoje tudo o que mais detesto é lavar ou secar a louça. Lembro que brincava de casinha com minhas
amigas, cada qual com a sua casa e o seu filhinho. Hoje a maioria delas não
precisa de bonecas para serem ‘mamães’, pois já possuem seus respectivos
filhos. Já quis ser bióloga, médica, atriz, professora... Bem, ainda quero ser
professora. Arrumava mais de três namorados na escola por ano e contava para
meus pais sem medo. Hoje prefiro nem comentar quando ‘fico’ com alguém, porque
eles podem até confiar em mim, mas não no garoto! Pulseiras coloridas que antes
eram acessórios para enfeitar, hoje são símbolos sexuais... Ou seja, muita
coisa mudou.
E o amadurecimento precoce?
Talvez ele seja consequência da evolução das coisas. Talvez, ou melhor,
certamente, uma garota de 13 anos que engravida do ‘namoradinho’ seja obrigada
a amadurecer porque não pode criar uma criança com cabeça, inocência e
irresponsabilidade de criança. Certamente, um garoto de 10 anos que vê os pais
dando duro diariamente coletando papelão, garrafas pet, latinhas e etc.. Seja
obrigado a amadurecer rapidamente para arrumar um empreguinho, pois sente
necessidade de ajudá-los. Dói nele ver como seus pais sofrem tanto para que ele
possa sobreviver. Certamente, uma criança que presencia violência física e
verbal da parte de seu pai em relação à sua mãe seja obrigada a amadurecer
rápido para oferecer apoio emocional para ela. É difícil, porém, é a realidade.
E então você se pergunta, e me
pergunta. De quem é a culpa? Do mundo? Dos tempos? Do excesso de informações?
Sim. A culpa é de tudo isso. Mas é principalmente de nós mesmos. Por sermos tão
ignorantes tanto em relação a nós, quanto a nossos filhos, parentes, amigos ou
desconhecidos.
O mundo não é justo porque nós,
habitantes dele, não somos. Se você, dono de uma pequena/média/grande empresa,
tivesse dado emprego para aquele ex-presidiário/pai de família/ex-viciado que
suplicou uma ‘segunda chance’ ele não teria te roubado após um dia cansativo de
trabalho, quando você dirigia de volta para casa. Talvez ele não teria sido
preso novamente por roubo ou não teria espancado a mulher por ter se
descontrolado após afogar “as mágoas da vida” em cinco ou mais copos de
cachaça. Talvez, se você não tivesse desprezado aquela criança que pedia esmola
na praça para ajudar seus pais, ela não teria se drogado tanto para esquecer os
pontapés que levava diariamente e, posteriormente, morrido nas ruas. A culpa é
sua, é minha, é de todos nós. Tudo o que acontece é consequência de nossos
atos, de nós mesmos.
Seria tarde para mudar o mundo?
Seria tarde para evitar o sofrimento? Talvez não. Talvez se todos nós abríssemos
nossos olhos para enxergarmos além de nós mesmos e do que nos importa,
conseguiríamos mudar nossa realidade e nosso futuro. Ainda há tempo, ainda há
pessoas que se importam, basta querer, basta agir.
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