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sexta-feira, 21 de setembro de 2012

(Fragmento) Eu. Deus. Você ♥

   Às vezes me pego perguntando a mim mesma como ficamos assim. Procurando saber pra onde foram nossas tardes, daquelas em que passávamos horas conversando sobre o mundo, sobre as pessoas e sobre nós dois. Principalmente.
   Seria hipocrisia da minha parte dizer que não sinto falta. Falta do seu abraço, do seu carinho, das suas palavras... Não vou dizer que você mudou. Pois sei que está exatamente igual... Porém longe.
   Queria que soubesse que sua ausência dói muito. Principalmente quando você está ali, perto. Que dói muito não poder abraçá-lo. Não poder pegar na sua mão e entrelaçar nossos dedos. Não poder compartilhar um fone com você. Não ver você indo atrás de mim, me pedindo um sorriso.
   Talvez essa garota a qual você diz amar, te mereça mais do que eu. Não por questão de merecimento em si, mas porquê Deus a escolheu pra estar contigo. E, embora minha vontade fosse que você nem que repentinamente, fizesse com que os velhos tempos voltassem, eu aceito. Nem que o meu sim doa. Afinal, o Sim de Jesus Cristo para a humanidade doeu. E muito! Mas no final, valeu a pena. Então quem sou eu pra questionar a vontade do Pai?


sábado, 15 de setembro de 2012

Mania.

   Tenho aquele velho costume de acreditar que não acreditar – mesmo acreditando – irá fazer algo acontecer. Essa é, de todas as tantas outras, a minha pior paranoia. 
   Eu não acredito, ou finjo não acreditar, não por medo da decepção – o que seria "normal" ou "aceitável" –  mas por querer ser surpreendida. No fundo eu acredito, e sei disso, mas digo à mim mesma que não, na esperança de que aconteça.
   
   Será que mais alguém é assim?

   Também tenho a maldita mania de inventar sinais. Daqueles que não têm nada a ver. Músicas, pessoas, o sabor do chiclete e até o clima. Pra mim, qualquer coisa é conspiração. Pior que nessa de não "acordar pra vida" e encarar a realidade, eu acabo sofrendo e me decepcionando.

   Talvez mais alguém no mundo seja assim.
   Provável.



A (tempestade) chuva de Novembro.

   Peguei o táxi em frente ao prédio onde estávamos e desejei nunca mais ter que voltar ali. Não suportaria mais um dia, mais uma só palavra sequer que saísse de sua boca. Parecia que eu tinha me tornado um alvo tão fácil, atingível e indefeso que a melhor forma era fugir.
   Pedi para que o motorista do táxi ligasse o rádio. Ele me mostrou alguns cd's que haviam ali, mas eu simplesmente não sabia o que queria ouvir - porque não sabia o que sentir, e eu geralmente escuto músicas que expressam o que sinto - "Coloque qualquer coisa." e assim ele fez.
   Chovia muito lá fora, e Novembro parecia o mês mais frio e choroso do que os outros dez anteriores. Aquela quinta-feira parecia interminável e ainda eram quatro e meia da tarde. Meu celular vibrava por estar sem bateria, e por um instante cogitei desligá-lo, mas no fundo a minha maldita mania de esperar o melhor - nem que ele demore anos para chegar - me dizia que talvez ele mandaria uma mensagem de desculpas.
   A droga da música não ajudava.
   O dia estava tão nublado e tão triste que chegava a se assemelhar a mim, convidando-me para ficar mais próxima dele.
   E o pior é que aquele sentimento angustiante, aquela nostalgia incessante, e aquela mistura de raiva com tristeza não havia se iniciado ali naquele dia, tampouco em Novembro.
   Mas há muito tempo atrás.
   Quando não chovia. Quando os dias eram os mais belos e ensolarados. E não importavam os obstáculos, viver aquele momento era o melhor que eu tinha a fazer.
   Mas a tempestade sempre vem. Mais cedo, ou mais tarde. Sempre... Infelizmente...