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quinta-feira, 20 de março de 2014

Hoje vim falar de mim.



   Estava pensando em como Deus me deu a escrita de presente pra contar — de uma maneira às vezes bem implícita — o que se passa dentro de mim. Ele me deu mais que sentimentos e palavras, me deu fontes de inspiração pra suspirar, juntar as palavras e montar algo que as pessoas leiam e simplesmente se identifiquem.
   Hoje me deu vontade de escrever (mais) sobre algo que eu venho escrevendo — e não necessariamente postando — há muito tempo. Minha caixa de postagens está cheia de rascunhos que eu não tenho coragem de publicar. Ah! Também tem uma caixa de papelão em cima do meu guarda-roupa que é cheia desses textos que eu escrevi e recebi, mas ninguém sabe, não imagina e nunca vai conhecer. Tem coisas que a gente não precisa mostrar ou simplesmente não vale a pena porque perde a graça.
   Lembrei daquela casa, onde passei algumas tardes dando risada, trocando e criando histórias. Muitas delas estão perfeitamente armazenadas no meu coração e, particularmente, são lembranças mais incríveis e fodas que qualquer outro texto meu. Elas são vivas, e simplesmente recordá-las me dá a sensação de voltar no tempo. Senti o cheiro dos lençóis pendurados e o gosto do brigadeiro de panela.
   Lembrei de quando eu dormia n'outro quarto da minha casa, um pequenininho onde mal cabiam meus livros e meus dois violões, contudo era repleto de histórias e ainda sobrava espaço. Ali eu chorei e morri de rir. Vivi amores e sofri decepções. Ali eu sonhei em ser quem eu sou hoje (graças a Deus!) geralmente sentada ao lado da cama, observando aquele céu pouco-estrelado de Sampa e me perguntando se um dia eu ia mesmo conseguir. Valeu, tô conseguindo. Amém. 
   E aquele violão preto (o "Lucas")? Chega a ser engraçado como ele sofreu na minha mão quando eu olhava aquelas seis cordas e não fazia ideia de como montar um som a partir daquilo. Depois de meses praticando toquei minha primeira música  pra mim mesma e depois pras pessoas... Com ela eu toquei corações, fiz pessoas chorarem, fiz corações se apaixonarem, fiz neguinho perder o fôlego e fiz pessoas se inspirarem em mim pra fazerem o mesmo, ainda melhor. Fiz o básico, meu dever.
   Eu tenho escrito muito sobre coisas e pessoas alheias, mas hoje eu preciso olhar um pouco pra dentro de mim e notar que muito mais do que uma garota comum de dezessete anos que estuda, trabalha e sonha em ser alguém, sou uma mulher em estado de construção que merece ser valorizada e merece ter um pouco de si registrado. Hoje eu olhei pras músicas que eu gosto, pras fotos que eu tenho guardadas e pras pessoas que eu amo e vi que simplesmente eu não tenho como falar de mim sem falar delas, é o que sou, quem sou e uma prévia de quem posso ser. Muito mais. Vi que às vezes eu preciso chorar pra valorizar o riso e ter uma decepção pra valorizar o amor, eu preciso perder pra ganhar, eu preciso cair pra aprender a levantar.

    Ninguém é de ferro e muito menos perfeito, com uma vida perfeita.
    Mas todos nós podemos sonhar em ser alguém além de quem somos. 





sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Carpe Diem.

 Hoje senti seu perfume.
 Em outro corpo, no meio da rua, por alguns segundos. Carpe Diem. Soa familiar? Eu adorava aquele cheiro nos seus moletons. Quando cê esquecia eles aqui em casa, chegava a passar noites inteiras abraçada com eles porque me davam a sensação da sua presença. Eu tinha medo de te perder, de acordar e tudo ser um sonho, e no outro dia quando eu olhava meu celular e via a notificação da sua mensagem, suspirava de alívio porque sabia que logo o moletom, você e aquele perfume estariam fazendo a combinação perfeita quando me envolvessem num abraço.
 Sentir esse cheiro hoje foi como voltar uns meses atrás, foi completamente nostálgico e eu fiquei o dia todo pensando em como eu havia esquecido como ele combinava com você, como tudo antes combinava mais com você.  Você deixou seus moletons no armário, eles nem eram de marca e hoje você está muito mais bem vestido. Não que isso seja ruim, mas sabe...
 Você me deixou também. Por outras, por coisas..
 E eu não valho pouco.
 Quando eu senti aquele cheiro, aquele perfume tão familiar me inundou e eu dei um duro danado pra não chorar, como sempre faço quando te vejo por aí, como sempre faço quando escuto as pessoas falando de você, quando eu tô precisando daquele seu abraço num domingo frio porque minha semana não foi legal ou quando você me dá desculpas e desculpas pra ficar longe de mim. É tão difícil não poder contar com você, porque no final das contas é pra você que eu gostaria de desabafar, dizer que eu ando triste... Por você.

 Sinto muitas saudades.
 Nunca imaginei que fosse escrever algo assim de novo. Mas eu escrevi.


 E é foda.